Mostrando postagens com marcador Manifesto. Mostrar todas as postagens
    Mostrando postagens com marcador Manifesto. Mostrar todas as postagens

    domingo, 28 de julho de 2013

    PEDRAS NA MÚSICA BRASILEIRA! (MANIFESTO)


    MPB deve ao rock a sua liberdade! Não fosse pela tendência natural do fenômeno rock'n'roll à originalidade e à delinquência, a música brasileira estaria pra sempre limitada ao fusionismo e à malfadada receita modernista de que é moldando-se e corrompendo-se que se faz uma identidade cultural. Em nome de uma "música nacional", buscaram-se modelos ideais, bebeu-se em pseudoclássicos, instituíram-se metas para o que deveria ser "brasileiro" - nem branco, nem preto, nem vermelho, nem amarelo, nem suas gradações; mas branco, amarelo, azul e verde... Apenas isso! Positivamente, isso! E o som era esse. Rezava-se essa cartilha, e, de regra, essa ainda é a oração...

    Pelo lado mais conservador da música brasileira, há os que exercem e sempre exerceram o cômodo e resignado movimento do retorno às "raízes", sem mesmo saber o que os mantêm fixos ao chão... "E base não se mexe. E em base não se mexe!" Como se a arte estivesse aos pés; como se a arte não se fizesse no ponto mais alto do ser humano - na cabeça... Se a base não se mexe, faltava então um estalo em outro CANTO. Pra sair do impasse, faltava atitude na primeira arte brasileira...

    Independentemente do molde imposto à música rock, há rock por toda parte. Porque rock não é apenas música: é tudo o que tende à perversão do convencional - na música, na vida; rock é tudo o que tende à originalidade, à delinquência, inclusive e sobretudo, o que tende à ruptura do próprio molde.

    MPB (se é que isso de fato existe) tende naturalmente ao conservadorismo, justamente porque pretende ser "a" música nacional, e, por isso mesmo, caminha de lado e a passos lentos, e cria suas gradações na mesma direção e no mesmo ritmo. Enquanto no mundo o rock trincava janelas, quebrava telhados, punha-se no meio dos caminhos para provocar quedas, quebradeiras e impactos, no Brasil, sempre tentou-se corrompê-lo, para edificar a pretensa MPB. Mas nem toda pedra serve pra calçada...

    Sorte nossa que, em todo CANTO, surgem estalos, acham-se pedras soltas. E essas coisas, quando surgem, são pra se jogar... Pra todo lado! De preferência, mirando na cabeça mesmo - lá, onde se faz ARTE.


    Texto de Márcio Cerqueira.